A renegociação de dívidas escolares é um assunto delicado, mas que precisa ser trabalhado para que as escolas não sofram mais perdas do que as já sofridas em 2020. Não é segredo para ninguém que este ano foi difícil para muitas instituições de ensino. Houve desistência de matrículas, corrida para encontrar a melhor tecnologia para ensino à distância e inadimplência. Muita inadimplência.
Uma estimativa do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (SIEEESP) aponta que cerca de 30% das escolas particulares do estado foram impactadas fortemente pela pandemia. Conforme o avanço da doença pelo país, diversas escolas vieram a perder alunos. Isso gerou uma forte crise no setor.
Em maio, segundo pesquisa realizada pela Explora – Pesquisas, Métricas e Inferências Educacionais, cerca de 50% das escolas particulares tiveram redução da receita. Os dados mostram que saltou de 9% para 21% o número de famílias inadimplentes durante a pandemia.
Mas será que existe uma forma de minimizar os danos financeiros causados pela inadimplência às escolas particulares?
A resposta é: sim, existe!
Mas isso requer estratégia e tecnologia.
Antes, entretanto, vamos entender o que a inadimplência pode causar às instituições de ensino.
Principais dificuldades geradas pela inadimplência
Os recursos para manter uma escola funcionando vêm, quase sempre, das mensalidades pagas pelos responsáveis pelos alunos. Assim, o planejamento financeiro é sempre feito com base na quantidade de alunos matriculados e em quanto se vai receber de cada um.
Portanto, quando há inadimplência, todo um trabalho de planejamento é prejudicado. Entretanto, esse prejuízo não fica restrito ao planejamento, mas pior, ele é refletido no fluxo de caixa da instituição. Isso pode comprometer profundamente as atividades e objetivos da escola.
Não bastasse isso, a inadimplência pode prejudicar o relacionamento dos pais, ou responsáveis pelos alunos, com o corpo escolar. Pois um pai ou uma mãe que esteja devendo à instituição, tende a se afastar dela para evitar cobranças. E, adivinhem, isso tem reflexo no aproveitamento dos alunos.
Da mesma forma, uma dívida mal cobrada pode afetar a imagem da escola para com a comunidade e trazer riscos na hora da renovação da matrícula.
Vamos ver agora que táticas podem ser usadas no combate à inadimplência.
Faça um trabalho de comunicação
Manter um trabalho de comunicação de sua instituição com a comunidade escolar é muito importante na hora de reduzir a inadimplência. Para isso, diversifique os canais de diálogo com os pais de alunos. Pois, há responsáveis que preferem se atualizar sobre a escola utilizando o e-mail. Assim como aqueles que se informam pelo WhatsApp ou os que utilizam o portal do aluno.
Dessa forma, cabe à escola se antecipar e perguntar aos responsáveis como eles preferem receber as informações sobre os pagamentos. E, mais do que isso, utilizar os mais diferentes meios para comunicar aos pais sobre melhores datas para pagar, períodos de renegociação e oportunidades de descontos.
Use o boleto bancário – ou a cobrança recorrente no cartão de crédito
Uma ferramenta simples e fácil de cobrança é o boleto bancário. Ele pode ser quitado via internet banking, o que facilita a rotina dos pais, pois evita o deslocamento deles até o banco ou à escola.
O boleto é, portanto, um ponto de estresse a menos na hora dos responsáveis pagarem a mensalidade. Sendo assim, podemos afirmar se tratar de uma ferramenta eficaz na redução da inadimplência. Além disso, ele pode ser enviado pelos correios, e-mail ou ficar disponível no site da instituição.
Além do boleto, outra opção prática é a recorrência no cartão de crédito, que não compromete o limite do cliente.
Faça regras claras para o pagamento
É importante que as regras para o pagamento das mensalidades escolares estejam bem claras no contrato. Deixe bem inteligível o valor e as formas de pagamento que são aceitas por sua escola.
Deixe mais visível ainda quais são os prazos de vencimento das mensalidades e as multas por atraso ou não pagamento. Dessa forma, ficará mais fácil para os responsáveis também se planejarem quanto às contas que vão chegar todo os meses.
Renegocie dívidas
Dificilmente alguém cai na inadimplência porque quer. Ainda mais em uma área tão importante que é a educação. Portanto, tenha em mente a realidade financeira atual da família e utilize o que se sabe sobre ela para fazer uma renegociação da dívida. Estabeleça parcelas que caibam dentro do orçamento do devedor.
E lembre-se de que não é somente o valor das mensalidades atrasadas que deve ser negociado. Mais do que isso, há as formas de pagamento, que podem ser por cartão de crédito, débito em conta, boletos, ou outras.
Utilize a assinatura eletrônica
Usar os meios online para renegociação de dívidas pode ser uma estratégia muito eficaz. Essas ferramentas, como a assinatura eletrônica, podem ser usadas para o fechamento de acordos de renegociação totalmente feitos à distância, sem a necessidade dos pais de alunos irem até a instituição.
Pode não parecer, mas a ida dos inadimplentes ao endereço físico da escola, causa constrangimento. Afinal, ninguém gosta de estar na situação de mal pagador. Logo, se você oferecer uma solução em que o devedor não precise se locomover para renegociar a dívida, sua chance de sucesso será maior.
Além disso, a assinatura eletrônica tem validade jurídica, o que dá um maior respaldo para o acordo. A segurança é maior tanto para a instituição quanto para o inadimplente.
Em suma, a saída da crise para responsáveis pelos alunos e para as instituições de ensino se dá por um conjunto de táticas que vão desde a comunicação até a utilização de tecnologia.
Mas, acima de tudo, parte do pressuposto de que todos devem estar dispostos a se erguer e lutar contra a inadimplência. Pois educação é algo sério e requer investimentos, tanto da escola, quanto dos pais.
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