Vírus demora mais tempo para ser eliminado de materiais empilhados

Veja nesta artigo, traduzido por Liliana Giusti Serra, as novidades sobre os estudos de detecção do novo coronavírus em diferentes superfícies e materiais
Veja nesta artigo, traduzido por Liliana Giusti Serra, as novidades sobre os estudos de detecção do novo coronavírus em diferentes superfícies e materiais

Traduzido e adaptado por Liliana Giusti Serra

Um novo conjunto de testes realizados pelo projeto REALM (Reopening Archives, Libraries, and Museums), constatou que o novo coronavírus foi detectado por um período maior quando os materiais são acondicionados de forma empilhada. Estes testes foram realizados em tipos de suportes comumente encontrados em bibliotecas, museus e arquivos e aponta que a forma como o material é acondicionado contribuirá ou não para a diminuição do tempo necessário de quarentena.

Na primeira edição da pesquisa do projeto REALM, foi identificado que o coronavírus foi detectado em superfícies de livros de capa dura, brochura ou cobertos com capas de mylar, e em capas de DVDs por três dias. Esta informação norteou instituições em relação aos protocolos de segurança que deveriam ser adotados para reabertura e retomada dos trabalhos em bibliotecas, museus e arquivos. Entretanto, nesta nova rodada de pesquisas, buscando simular situações cotidianas que podem ocorrer, foi constatado que armazenar estes mesmos materiais de forma empilhada retarda a eliminação do vírus, resultando em prazo maior de quarentena, necessitando de mais de seis dias para a total descontaminação dos materiais.

As pesquisas conduzidas pelo Projeto REALM continuam a orientar bibliotecas, museus e arquivos em relação a retomada de suas atividades e prestação de serviços sem que ocorra exposição a riscos para os usuários e as equipes de colaboradores. As informações relacionadas ao coronavírus são recentes e reforçam a importância sobre a realização de pesquisas para maior conhecimento sobre o vírus e suas formas de propagação. Estes dados são essenciais para que instituições que possuem acervos possam estabelecer protocolos e tomar decisões em relação a manipulação e disponibilização pública de seus materiais, e até mesmo a continuidade de oferta de serviços e o retorno do atendimento em espaços públicos. Segundo Skip Prichard, presidente e CEO da OCLC, “ainda sabemos muito pouco sobre o coronavírus e sua forma de propagação”.

Estas pesquisas orientam que os materiais recebidos em bibliotecas, museus e arquivos sejam armazenados em local arejado, sem o empilhamento do material, proporcionando condições para dissipação do vírus de forma mais rápida.

Na imagem abaixo é possível identificar a diferença entre o período para dispersão do vírus considerando se o material está isolado ou se está empilhado.
Fonte: REALM Project (https://www.webjunction.org/news/webjunction/test4-results.html). CC BY-NC-SA 4

Os resultados desta quarta rodada de testes não permitem identificar se a mesma situação ocorre com os livros organizados em prateleiras. A partir dos resultados obtidos, compreende-se que o espaço para realização da quarentena deve proporcionar boa circulação de ar entre os materiais, se possível evitando contato de um com os outros. Assim, deve-se evitar armazenar muitos livros na mesma prateleira, promovendo espaço para ventilação entre os materiais para que ocorra uma desinfecção segura e confiável a todos.

O Projeto REALM é o resultado de esforços do Institute of Museus and Library Services (IMLS), a OCLC e o Battelle. O IMLS é a principal fonte federal de financiamento para museus e bibliotecas dos Estados Unidos. A OCLC e o Battelle são organizações sem fins lucrativos. A OCLC atua na área de tecnologia e pesquisa para bibliotecas, enquanto o Battelle é uma organização de pesquisa e desenvolvimento científico global. Juntos estão trabalhando para fornecer dados confiáveis para que bibliotecas, museus e arquivos possam retomar suas atividades, sem oferecer riscos de contaminação ao público ou aos seus colaboradores.

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