A inteligência emocional como item essencial do currículo escolar

Com os desafios e as dificuldades impostas pela pandemia, está ainda mais eminente a necessidade de incluir nos currículos escolares o aprendizado sobre as emoções
currículos escolares

Inteligência emocional é um termo muito usado no mercado de trabalho nos últimos tempos. Vem tornando-se comum que as empresas demandem de seus profissionais algo além das habilidades técnicas, e já se fala que, inclusive, essas habilidades emocionais são mais decisivas para manter empregos do que os aprendizados técnicos.

As famosas “soft skills” vêm ganhando espaço e se consolidando como habilidades essenciais para desempenhar um bom papel no mercado de trabalho. Mas se a inteligência emocional é um aprendizado tão importante para a vida, que será carregado por toda a trajetória profissional, por que não o iniciá-la ainda na escola, com crianças e jovens que já podem começar a desenvolver logo cedo suas noções de autoconhecimento?

Tanto se fala sobre a formação do indivíduo não só como um conhecedor das Ciências, mas um conhecedor das humanidades, mas, a sua escola tem se preocupado em desenvolver nos estudantes as noções de autoconhecimento, autoamor, de identificação de sensações e sentimentos e de quando é preciso buscar ajuda? Tem pensado em incluir no currículo o aprendizado sobre as emoções e como lidar com elas?

É sobre isso o nosso artigo de hoje e para falar desse assunto tão importante, convidamos a psicóloga Jéssica De Biasi, especialista no tratamento de ansiedade e depressão em jovens e adultos há mais de 15 anos, que vai trazer sugestões e tópicos importantes a serem trabalhados nas escolas, principalmente agora, com o cenário de pandemia, no qual as emoções e a necessidade de lidar com elas ficam mais expostas.

O impacto do isolamento social

A forma como ocorreu a necessidade de isolamento, abruptamente, assim como a nova rotina de ficar em casa, trabalhar, se divertir, dormir, fazer tudo em um só lugar, tem afetado a saúde mental dos estudantes, dos pais, dos professores – de todos. Cada um reage de uma maneira, mas todos são afetados. É importante cuidar dos alunos e ter um olhar também para toda a comunidade escolar, pensando em ações que beneficiem toda esta cadeia.

“Na maioria das vezes, essas emoções vão surgindo de forma inconsciente, como uma resposta do corpo a situações com as quais não estamos acostumados, como a falta de contato social, a falta da luz solar, entre outras situações corriqueiras, que param de fazer parte da rotina de forma abrupta. Ninguém estava esperando por isso e é algo difícil de lidar, mas que precisa ser visto com atenção.”, explica Jéssica.

Com inteligência emocional, a pessoa desenvolve a capacidades como o autocontrole, autoconsciência, empatia, liderança, entre outros e é o que irá ajudar a agir da melhor maneira possível neste momento e no futuro, em situações de conflitos internos e externos, também irá permitir lidar com essas mudanças no corpo e na mente do modo mais tranquilo possível e esse é ponto central a ser discutido com os estudantes nas escolas. Jéssica aponta alguns aspectos que devem ser observados todos os dias para entender se é o momento de tomar ações para tratar sintomas:

• Oscilações de humor

• Estresse

• Tédio

• Preocupação

• Desmotivação

• Mudanças na alimentação

• Preguiça

• Insônia

• Quadro depressivo

Se um ou mais desses sintomas está afetando um estudante ou alguém de sua família, o que fazer? A Jéssica conta que a inteligência emocional é essencial para lidar com esses impactos trazidos pela pandemia: “Você precisa entender o que você gosta de fazer e o que te deixa melhor. E precisa reservar um tempo para, de fato, realizar essas atividades que dão prazer. É essencial buscar coisas que façam rir e sorrir, assim como ter um tempo para olhar para você mesmo e te dizer, olhando no espelho, o quanto você é especial.” É essencial ter um profissional na escola focado nesta missão.

Além disso, ela indica as ações que podem ajudar:

1. Ao levantar-se, arrumar a cama e trocar de roupa.

2. Praticar exercícios físicos – pode ser dentro de casa mesmo, alimentar-se bem e ter uma rotina de sono.

3. Manter-se em segurança, mas não deixar de ter contato com amigos e familiares. Não se afastar totalmente das pessoas e manter o contato virtual frequente.

4. Ter moderação no consumo de notícias.

5. Reservar tempo para o lazer.

6. Ouvir músicas relaxantes e respirar corretamente.

7. Fazer atividades diferentes em diferentes locais da casa. Evitar fazer tudo em um só lugar.

8. Tomar sol.

9. Conversar sobre e compartilhar seus sentimentos com pessoas em quem confia.

Por último, mas não menos importante, refletir. É importante que o jovem consiga entender o que está causando essas sensações para decidir como lidar com elas. Além disso, é benéfico pensar também sobre as coisas pelas quais sente gratidão, é uma boa maneira de manter o otimismo. E se está difícil compreender e lidar com este momento, os estudantes precisam ser orientados sobre a melhor maneira de buscar ajuda de um profissional, que poderá indicar outros tipos de medidas, desde terapia até medicações.

Jéssica finaliza com um recado: “Não coloque tanta pressão em você para dar conta de tudo! Esse é um momento único e novo, dê tempo para aprender novas atividades e para o seu lazer. Isso irá ajudar a render mais nos estudos e no trabalho”.

Vamos ajudar a comunidade escolar a enfrentar essa fase com todo o apoio psicológico? Vai passar!

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