A aprendizagem é um conceito amplo que se refere à aquisição de conhecimento, habilidades e valores. Trata-se de uma experiência constante, visto que o processo começa logo que o ser humano nasce, e segue acontecendo durante toda a vida.
Enquanto um criança cresce, por exemplo, ela se desenvolve de diversas maneiras — que incluem tanto aspectos emocionais, orgânicos, psicossociais e culturais quanto cognitivos. Este último, entretanto, configura-se como um dos pilares na assimilação de novas informações. Isso porque o chamado desenvolvimento cognitivo infantil refere-se às capacidades mentais, ou seja, ao ato de processar dados e compreendê-los.
Desenvolver-se cognitivamente significa trabalhar e aprimorar habilidades como a atenção, o raciocínio, a memória, a linguagem, a imaginação, o pensamento simbólico, a percepção e a associação.
E esse desenvolvimento cognitivo é abordado, justamente, na teoria de um dos principais estudiosos quando o assunto é o processo de aprendizagem: Jean Piaget. Outro pensador que também fez importantes apontamentos a respeito do tema é Lev Semenovich Vygotsky.
A seguir, falaremos mais sobre as reflexões de cada um deles. Acompanhe!
As teorias da aprendizagem, de Piaget e Vygotsky
Jean Piaget e Lev Semenovich Vygotsky foram dois importantes pensadores que contribuíram para o entendimento do processo de aprendizagem por meio de suas teorias sobre o assunto.
Confira, abaixo, os principais pontos levantados por cada um:
Jean Piaget
Piaget (1896 – 1980) foi um psicólogo e biólogo suíço e um dos nomes mais relevantes do século XX no que se refere à área educacional — mais especificamente, ao campo da aprendizagem. Segundo ele, a aquisição de conhecimento acontece por meio de experiências adquiridas em um contexto no qual se está inserido. Para o estudioso, a formação do conhecimento humano depende da interação entre o indivíduo e o ambiente em que ele vive.
Jean Piaget ainda pontua que o desenvolvimento cognitivo infantil passa por quatro etapas que começam logo depois do nascimento da criança e vão até o início da adolescência, que é quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. Tais etapas são as seguintes:
1) Primeiro período: o sensório-motor e o começo da percepção
Fase que acontece de zero a dois anos de idade. Trata-se do período em que a criança começa a desenvolver a fala, a capacidade de controlar os seu reflexos, as suas ações motoras e a percepção do mundo físico.
De acordo com o psicólogo e biólogo suíço, esse primeiro período do desenvolvimento cognitivo no processo de aprendizagem é regido pelo campo sensorial. Tal etapa refere-se ao primeiro contato das crianças com mundo que as rodeia — elas, através de suas capacidades motoras, passam a experimentar e conhecer os objetos que estão à sua volta.
2) Segundo período: o pré-operatório e a representação
Acontece dos dois aos sete anos de idade. Aqui, os pequenos já contam com a capacidade de desenvolver o pensamento simbólico e de comunicar-se de forma verbal.
O egocentrismo é umas das características chave nessa fase. Ou seja: para a criança, a perspectiva dela é também a realidade que existe para todos os outros indivíduos. Nessa etapa, o pequeno entende e percebe o mundo apenas considerando as suas próprias experiências.
Conforme Piaget, esse egocentrismo só começa a perder força a partir de cerca de quatro anos de idade, quando o desenvolvimento cognitivo passa a contribuir para que as crianças comecem a entender que outros indivíduos além delas também podem ter opiniões, desejos e sentimentos.
Ainda nessa etapa, também começa a se desenvolver o pensamento representativo, o pensamento lógico e a noção de regras e valores. Entretanto, as crianças ainda não contam neste estágio com condições que as possibilitem fazer julgamentos entre o certo e o errado, por exemplo.
3) Terceiro período: as operações concretas e o pensamento lógico
Manifesta-se dos sete aos doze anos de idade. O desenvolvimento de conceitos, da aplicação dos princípios e da lógica, da capacidade de realizar ações em seus pensamentos — aplicadas a objetos concretos que são conhecidos pela criança, como algum brinquedo, uma comida ou uma roupa, por exemplo — caracterizam esse período.
Nessa fase, segundo Jean Piaget, percebe-se também o desenvolvimento da moral. Ou seja, os pequenos já conseguem diferenciar o certo do errado, e as noções de regras ficam mais claras.
4) Quarto período: as operações formais e a assimilação do conteúdo
Acontece a partir dos doze anos de idade. De acordo com Piaget, trata-se da última etapa na linha do desenvolvimento cognitivo, dentro do processo de aprendizagem — que é quando a criança começa a entrar na adolescência.
No quarto período, já existe a capacidade de administrar o pensamento abstrato, bem como de gerar hipóteses e investigar suas possíveis consequências. O adolescente adquire, aqui, o pensamento científico — ele consegue ir além das coisas reais, sendo capaz de desenvolver suas próprias teorias e ideias sobre o mundo.
Essa etapa também é marcada pela maior compreensão das experiências vividas por outros indivíduos, ou seja, os adolescentes passam a enxergar, de fato, o ponto de vista alheio.
Lev Semenovich Vygotsky
Vygotsky (1836-1934), por sua vez, foi um pensador e filósofo russo, formado em Direito e História, que também destacou alguns pontos importantes relacionados ao processo de aprendizagem.
Assim como Jean Piaget, a teoria de Vygotsky também considera que o desenvolvimento cognitivo acontece por meio da interação social, ou seja, da interação do indivíduo com outros indivíduos e com o meio (a interação entre as pessoas resulta em novas experiências e, por consequência, na possibilidade de aquisição de conhecimento).
Para Lev Semenovich Vygotsky, a aprendizagem é uma experiência social, mediada tanto pelo uso de instrumentos e signos — este último refere-se a algo que significaria alguma coisa para o indivíduo (é o caso da linguagem falada e da escrita, por exemplo) — quanto pela interação entre a linguagem e a ação.
Ainda segundo o pensador russo, para que aconteça a aprendizagem, essa interação social precisa acontecer dentro da chamada Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) — que seria a distância existente entre o que indivíduo já sabe e aquilo que possui potencialidade para aprender. Nesse sentido, conforme Vygotsky, é papel do professor mediar a aprendizagem por meio de estratégias capazes de levar o estudante tanto a tornar-se independente quanto a estimular o conhecimento potencial — para que, assim, seja criada, constantemente, uma nova ZDP.
Para isso, algumas opções dos docentes são o estímulo do trabalho em grupo com os alunos, bem como o uso de técnicas para motivar, facilitar a aprendizagem e diminuir a sensação de solidão do estudante. Lev Semenovich Vygotsky já alertava, no entanto, a respeito da importância de o professor ficar atento para permitir que o discente construísse seu conhecimento em grupo, mas com participação ativa e cooperação de todos os envolvidos na situação.
A teoria de aprendizagem de Vygotsky destaca a necessidade de possibilitar a criação de ambientes de participação, de atividades colaborativas e troca de ideias, e com constantes desafios.
A Programação Neurolinguística (PNL) de Bandler e Grinder
Na década de 1970, o então estudante de Sistemas e Matemática, Richard Bandler (EUA, 1950) e, da mesma forma, o estudante de Psicologia e Linguística, John Grinder (EUA, 1940), criaram juntos a chamada Programação Neurolinguística (PNL) — uma abordagem de comunicação, psicoterapia e desenvolvimento pessoal que, dentro do processo de aprendizagem, aparece como uma ferramenta cujo objetivo é desenvolver os níveis de aprendizagem pelo autoconhecimento.
A PNL avalia as estratégias e atitudes que envolvem os comportamentos do ser humano do ponto de vista físico, intelectual e emocional, e tenta compreender o funcionamento do cérebro perante situações cotidianas. Para isso, contudo, a ferramenta criada por Bandler e Grinder dividiu o processo de aprendizagem em quatro etapas. São elas:
1) Incompetência inconsciente
A incompetência inconsciente é a fase em que o indivíduo não tem consciência do que não sabe e está satisfeito com o que já conhece. Ou seja, ele não tem noção de que não possui habilidades para executar determinada função ou atividade.
Um exemplo, nesse sentido, é a criança recém-nascida que não sabe que precisa andar — que necessitará dessa habilidade ao longo da vida. Com o tempo, entretanto, ela passa a perceber que quem está ao seu redor anda. É então que ela avança para o segundo estágio da Programação Neurolinguística.
2) Incompetência consciente
Na fase da incompetência consciente, o indivíduo passa a entender que não possui conhecimento ou habilidade para executar certas funções ou atividades. Nesse momento, florescem a curiosidade e a vontade de aprender.
Seguindo o mesmo exemplo, é quando a criança percebe que quem está ao seu redor consegue andar e busca encontrar maneiras de fazer o mesmo. Chega, então, o terceiro estágio no processo de aprendizagem, segundo Richard Bandler e John Grinder.
3) Competência consciente
Na competência consciente, o indivíduo tem consciência de uma determinada capacidade. Bem por isso, ganha mais confiança e compreende que progrediu.
Aqui, a criança entende, por exemplo, que, agora, sabe andar — só precisa colocar sua atenção na execução da tarefa, e dedicar-se a ela até que esta se torne uma atividade automática. Ela compreende que, para caminhar, basta equilibrar o peso, colocar uma perna na frente da outra e observar o caminho que será percorrido (visto que um obstáculo ou deslize pode ocasionar uma queda).
Depois de bastante prática, a atividade em questão, enfim, torna-se espontânea e instintiva. Ou seja, não é preciso mais pensar no passo a passo para realizá-la — e é aí que chega a quarta e última etapa no processo de aprendizagem, conforme as divisões da PNL.
4) Competência inconsciente
A competência inconsciente é a etapa final no processo de aprendizagem, conforme Bandler e Grinder. Ela refere-se ao momento em que já se domina uma habilidade ao ponto de executar uma certa tarefa de maneira natural.
O caminho até aqui, contudo, foi de muita repetição, prática e superação de dificuldades.
A criança, que antes sequer sabia que precisava andar, agora já caminha naturalmente, de forma inconsciente, sem qualquer esforço mental destinado a pensar em como executar tal atividade.
As etapas para assimilação de conteúdo de Victor Hugo Ferreira Júnior
Vale salientar, ainda, que em termos nacionais e mais recentes, também se pode falar em nomes como o do consultor de empresas, professor e palestrante Victor Hugo Ferreira Júnior. Ele elaborou uma teoria a respeito do processo de aprendizagem, baseada na existência de cinco etapas para que determinado conteúdo seja assimilado com sucesso. São elas:
1) Compreender
Trata-se da fase em que o indivíduo é exposto ao conhecimento, ao conteúdo, às explicações a respeito dele. Todavia, de acordo com Ferreira Júnior, compreender é apenas o primeiro passo para, de fato, aprender algo. O professor afirma que o caminho é mais longo — para ele, “entender é importante, mas com certeza não o suficiente” dentro do processo de aprendizagem.
Bem por isso, existem as etapas seguintes.
2) Reter
A retenção acontece quando a informação ou ensinamento é fixado — mantido na memória do indivíduo. Para Victor Hugo Ferreira Júnior, é a partir daí que tal conteúdo recebido passa a ter a chance de ser algo valioso no futuro.
O palestrante, no entanto, observa: “Muitas pessoas consideram que a retenção da informação já caracteriza aprendizado, afinal o conhecimento foi adquirido. Minha posição é que o conhecimento adquirido, porém não utilizado, não tem muita utilidade”.
Ferreira Júnior esclarece que a retenção da informação é, sim, muito valiosa, visto que “transforma aquele ensinamento em um recurso que pode vir a ser utilizado no futuro”. Mas, para ele, “conhecimento guardado não tem grande valor” — “conhecimento compreendido e retido começa a ter real valor quando leva à etapa três (ou mesmo à quatro)”, acrescenta.
3) Praticar
Colocar em prática aquilo que se compreendeu e conseguiu reter é a terceira etapa do processo de aprendizagem, conforme o professor Ferreira Júnior. “Apenas quando leva a uma ação, o conhecimento começa a gerar algum resultado prático, algo que efetivamente traga riqueza, melhorias, evolução no sentido mais geral”, ressalta ele, que também faz um alerta — “Colocar em prática não é tão simples como pode parecer, pois envolve algo muito complexo na natureza humana: mudança de hábitos”.
Essa mudança de hábitos, por sua vez, acontece por meio de duas forças: motivação e cobrança.
4) Disseminar
Depois de compreender, reter e praticar um conteúdo, é hora de disseminar o conhecimento adquirido.
Além de ensinar aos outros, esta também é uma maneira de fixar ainda mais o que se aprendeu.
5 ) Criar
Por fim, de acordo com Victor Hugo Ferreira Júnior, o “topo do aprendizado” acontece quando o indivíduo “começa a gerar novos conhecimentos a partir daqueles que adquiriu”.
Pode-se observar, até agora, que o processo de aprendizagem é uma experiência complexa e contínua, dividida, especialmente, em diversos períodos e etapas, certo? Mas, não para por aí. Existem alguns fatores e elementos que influenciam o ato de aprender. Confira quais são eles, a seguir!
Fatores e elementos que influenciam diretamente no processo de aprendizagem
O processo de aprendizagem pode ser influenciado pelos mais variados fatores e elementos. Dentre eles:
- Motivação e estímulos (de dentro e de fora da escola): um aluno interessado em adquirir novos conhecimentos tem mais sucesso no processo de aprendizado, visto que costuma ser mais ativo e empenhado na tarefa — e, consequentemente, absorve melhor as informações;
- Conhecimentos anteriores: a concretização do conhecimento acontece quando as novas informações relacionam-se com as que o indivíduo já possui;
- Quantidade de informação: sobrecarregar os alunos com uma quantidade exagerada de novas informações não é uma estratégia que contribuirá positivamente no processo de aprendizagem;
- Diversidade nas formas de ensinar: variar a metodologia de ensino, bem como a abordagem e as atividades ajuda, principalmente, a manter a atenção e a concentração dos estudantes no que está sendo trabalhado em sala de aula;
- Formação profissional do docente, e a organização dele: quanto mais preparado um professor estiver (tanto em termos de dominar o conteúdo quanto de conhecer as melhores formas e metodologias para abordá-lo com a turma), mais eficiente será a transmissão do conhecimento para as crianças e adolescentes. Além disso, um docente também precisa organizar-se — definir objetivos; elaborar estratégias; planejar etapas no processo de ensino; analisar resultados, e verificar se eles são satisfatórios; e repensar tudo isso se for necessário;
- Contexto familiar e social: o ambiente familiar e social em que os discentes estão inseridos é mais um dos fatores que influenciam diretamente no processo de aprendizagem deles. As crianças e adolescentes já contam, desde pequenos, com uma bagagem cultural e com os hábitos e costumes herdados dos pais e da família em geral;
- Alimentação: uma alimentação saudável, com todos os nutrientes que o organismo precisa, é o combustível para que o cérebro consiga processar todas as informações da forma correta e mais eficiente que puder;
- Trabalho em equipe: o processo de aprendizagem também costuma ser mais bem sucedido quando os alunos têm a oportunidade de interagir entre eles, colaborar uns com os outros e trabalhar em equipe.
Por fim, veja abaixo como é possível potencializar ainda mais o desempenho e o processo de aprendizado dos estudantes.
Como a escola pode potencializar o processo de aprendizagem dos alunos
Separamos aqui algumas dicas de como os educadores podem ajudar ainda mais os discentes quando o assunto é aprendizado — especialmente no que se refere a manter a atenção, o interesse e o foco das crianças e adolescentes no processo de ensino. Confira:
- Relacionar as matérias com o cotidiano e com o conhecimento pessoal dos estudantes, bem como com as outras disciplinas escolares;
- Sempre que possível, resumir os assuntos em tópicos, destacando os pontos principais;
- Apresentar as atividades de uma forma que pareçam desafiadoras;
- Incluir a tecnologia e as ferramentas digitais e educacionais no processo de aprendizagem;
- Propor práticas diferenciadas — sair do lugar comum, que é a sala de aula, e planejar atividades externas (que, claro, tenham relação com o conteúdo em questão que deve ser trabalhado);
- Tentar tornar as aulas o mais dinâmicas possível;
- Acompanhar, individualmente, o desempenho de cada discente, para que seja possível identificar as principais dificuldades e traçar estratégias de ensino capazes de combatê-las da forma mais eficiente.
Ainda nesse sentido, é fundamental a escola:
- Investir na formação e capacitação dos seus docentes e demais funcionários envolvidos no processo de aprendizagem dos alunos;
- Disponibilizar opções de atividades extracurriculares;
- Manter uma boa relação com os pais ou responsáveis dos estudantes, incentivando a participação e o engajamento deles na vida escolar dos filhos.
Mas, como ter tempo para tratar, com cuidado e atenção, de todas as questões mencionadas ao longo deste artigo?
Na área da educacional, a correria do dia a dia é constante. Bem por isso, tanto gestores quanto professores e demais colaboradores envolvidos na educação das crianças e adolescentes devem questionar-se a respeito de como arrumarão tempo para se dedicarem mais ao processo de aprendizagem dos alunos.
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O software de gestão de escolas foi desenvolvido pela empresa Prima, e possui o objetivo de simplificar as tarefas administrativas e pedagógicas dos gestores e professores para que consigam dedicar mais tempo ao que realmente precisa da atenção deles.
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A ferramenta tecnológica — que é destinada tanto à educação infantil quanto ao ensino fundamental, médio e técnico — também:
- Está integrada a sistemas contábeis e aos principais bancos, o que permite agilidade na geração de boletos em lote;
- Facilita o controle das contas a receber e a pagar da instituição de ensino;
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