Por Liliana Giusti Serra. Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Mestre em Ciência da Informação pela Escola de Comunicações e Artes na Universidade de São Paulo (ECA/USP, 2015). Especialista em Gerência de Sistemas (2008) e graduação em Biblioteconomia (1992) pela Fundação Escola Sociologia e Política de São Paulo (FaBCI/FESP). Profissional da informação dos sistemas SophiA Biblioteca e SophiA Acervo.
As bibliotecas de instituições de ensino superior recebem visitas de avaliadores do MEC com regularidade. Estas visitas tem o intuito de conferir a qualidade do curso. Para a biblioteca, o objetivo é identificar se as obras presentes no plano de ensino constam no acervo e se estão em quantidade suficiente para atender ao número de vagas aprovadas para o curso. A nota da biblioteca possui um peso relevante na nota da instituição.
Nas visitas do MEC, a biblioteca deve preparar relatórios informando se possui os recursos relacionados nas bibliografias básica e complementar que constam no plano de ensino do curso, informando se a quantidade de exemplares é suficiente para atender a comunidade interessada. A partir de março de 2018, um novo instrumento de avaliação entrou em vigência. Este instrumento permite que todos os itens das bibliografias sejam digitais. Até o final de 2017, somente a bibliografia complementar poderia ser totalmente composta por livros digitais. Esta alteração flexibilizou a formação dos acervos, abrindo caminho para adoção maior de livros digitais nas bibliotecas universitárias favorecendo, entre outros, os estudantes em ensino à distância.
Sempre que a biblioteca vai receber uma comissão do MEC, ocorre uma mobilização da equipe para preparar todos os relatórios necessários, conferir planos de ensino, verificar estatísticas de empréstimos do curso que será analisado etc. Nestas situações, é bastante frequente a oferta de verba para comprar mais exemplares, contratar fornecedores de livros digitais e/ou bases de dados, ou investir em outros recursos, visando reforçar o acervo com o objetivo de obter uma boa nota de avaliação.
É interessante que a biblioteca crie um calendário de visitas previstas do MEC, antecipando as ações que serão necessárias para quando for receber uma comissão. Manter o plano de ensino sempre atualizado, acompanhar as métricas de circulações de material analógico e digital, cuidar da proporção de exemplares disponíveis, principalmente na bibliografia básica, são algumas das ações que devem fazer parte da rotina da biblioteca, evitando correrias e desgaste da equipe que receberá a comissão.
Algumas atividades podem ser desenvolvidas durante o ano todo, como por exemplo:
– acompanhar lançamentos nas áreas dos cursos;
– manter contato com coordenadores de cursos e professores, visando antecipar mudanças nas obras presentes nos planos de ensino;
– conhecer os principais fornecedores e produtos das áreas dos cursos oferecidos pela instituição de ensino;
– analisar indicadores de empréstimos por curso para identificar alta procura dos títulos do plano de ensino;
– manter a descrição do plano de ensino sempre atualizada no catálogo da biblioteca, isto evita atualizações de última hora;
– deixe algumas listas para aquisição prontas ou atualizadas, sendo possível a compra de forma rápida.
Ao adotar algumas destas medidas simples, a biblioteca estará se antecipando a uma visita do MEC, sendo bem mais tranquila a preparação para receber uma comissão. Como as visitas são, usualmente, avisadas com pouca antecedência, o fator tempo é bastante relevante e a biblioteca pode se programar para aproveitar estas visitas para ajustar o acervo do curso analisado, ou ainda contratar outros serviços e recursos que beneficiarão a biblioteca como um todo.
Para saber mais como programar as ações para o recebimento de comissões do MEC em sua instituição entre em contato conosco.