Um novo modelo de negócios para as bibliotecas brasileiras

modelo de negócios para as bibliotecas

Um dos primeiros modelos de negócios que foram disponibilizados para livros digitais em bibliotecas foi o Acesso Medido. O nome do modelo não está consolidado, tendo como primeira identificação Harper 26. Este primeiro nome foi decorrente do fornecedor que propôs o modelo em 2011, a HarperCollins, uma das editoras participantes do grupo das Big Five, as cinco maiores editoras dos Estados Unidos.

Neste modelo a biblioteca realiza um licenciamento para que o livro seja acessado por até 26 vezes durante um ano. Paga-se um valor menor em relação a outros modelos, porém, após atingida a quantidade de acessos ou expirado o prazo para uso, o livro precisa ser novamente licenciado, caso ainda exista demanda por ele. A proposta da HarperCollins foi seguida pela MacMillan, outra editora do grupo das Big Five, consolidando o modelo de licenciamento, porém abrindo a possibilidade de realização de 52 acessos em até 2 anos de contrato.

A quantidade de 26 acessos foi definida pela HarperCollins em decorrência de um estudo que informava que um livro impresso pode ser emprestado até 26 vezes e que, após esse período, a biblioteca teria que comprar um novo exemplar para reposição do acervo. Este estudo, entretanto, não foi divulgado, fazendo com que o modelo recebesse muitas críticas e até um certo boicote por parte de bibliotecários vinculados à Associação Americana de Bibliotecários (ALA). Evidentemente a definição da quantidade de vezes que um exemplar impresso pode ser emprestado é definido por vários critérios e não somente pela quantidade de circulações que foram realizadas. A circulação pode sim prejudicar as condições físicas de livros impressos, mas existem outros fatores que contribuem com a durabilidade dos volumes.

De qualquer forma, este modelo não era aplicado no Brasil e isso ocorreu com a chegada da Odilo ao país. Odilo é um agregador de conteúdo, com origem na Espanha e forte presença em bibliotecas de todo o mundo. Os agregadores de conteúdo não são editoras, mas representam diversas editoras, facilitando o processo de licenciamento. Em um único contrato é possível licenciar diversos títulos de editores diferentes, representando economia de tempo e recursos às bibliotecas.

Ao chegar no Brasil, a Odilo iniciou a oferta do modelo Acesso Medido, onde um livro digital pode ser contratado por 26 acessos ou um ano. Apesar de polêmico, este modelo tem suas virtudes, dispensando investimentos altos em títulos que têm uma procura sazonal ou cujo interesse será diluído em pouco tempo. Na plataforma Odilo o modelo de licenciamento é chamado de ‘Pelo licenciamento’. Ao contratar um livro digital por este modelo, é pago um valor inferior a uma Aquisição Perpétua e superior ao Pagamento de empréstimo, quando até 10% do livro é cobrado por acesso, por usuário. Desta forma, temos situações como a ilustrada abaixo.
Divulgação
Um novo modelo de negócios para as bibliotecas brasileiras

O livro ‘Alguma poesia’, de Carlos Drummond de Andrade, pode ser licenciado pela Odilo por dois modelos de negócio: Acesso Medido (para venda) ou por empréstimo (pagamento de empréstimo). Pagamento de empréstimo é um outro modelo, também identificado como CPC (Custo Por Circulação). Mas este modelo será tratado em outra ocasião.

No Acesso Medido, o livro ficará à disposição no catálogo e poderá ser solicitado por 26 vezes em um ano. Não é possível o uso simultâneo e pode ocorrer de um mesmo usuário pegar o livro emprestado por mais de uma vez. Vinte e seis usuários são atendidos sem que isto gere algum custo adicional à biblioteca. No caso do Pagamento de empréstimo, se os mesmos 26 usuários solicitassem o livro, o investimento da biblioteca seria de 69,94, quase quatro vezes maior que o valor do Acesso medido. Em ambos os modelos, o custo é inferior ao praticado caso o livro fosse contratado por outro tipo de licenciamento. Ao permitir a contratação por Acesso Medido, a biblioteca investe um valor menor em relação ao licenciamento tradicional e oferece o título enquanto existir demanda por ele.

Vamos imaginar, por exemplo, que o livro usado como exemplo (Alguma poesia) tenha sido selecionado como leitura obrigatória para o ENEM. É um livro clássico e toda biblioteca deveria ter ao menos 1 exemplar ou acesso virtual em sua coleção. Porém, como foi selecionado para uma prova, a procura será alta e isso se manterá até a realização do exame, gerando filas de reservas. Sabemos que após o exame, a quantidade de solicitações deste título cairá drasticamente. Em bibliotecas tradicionais, seria feita a compra de diversos exemplares impressos que, depois do uso, ficariam nas estantes, com baixa incidência de procura. Com o Acesso Medido a biblioteca pode oferecer o título a seus usuários, diminuindo o tempo de espera, sem investir em recursos que não ficarão estáticos no catálogo quando ocorrer a queda de interesse.

É claro que este modelo não é o ideal em todas as situações, afinal existem livros que devem fazer parte da coleção por longo prazo. Entretanto, em situações em que a busca é sazonal – realização de provas, novidades, best-sellers, pesquisas em andamento etc. – evita-se uma contratação desnecessária, fazendo melhor uso dos recursos disponíveis. Esta modalidade de licenciamento pode ser feita por qualquer tipo de biblioteca, de públicas, corporativas, até escolares e universitárias. Sem contar que por ser digital, não é necessário aguardar o recebimento do livro e não ocorrerão atrasos na devolução.

Por enquanto, somente a Odilo oferece o modelo Acesso Medido e é muito bom saber que as bibliotecas brasileiras agora podem licenciar por este modelo.

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